sábado, julho 29, 2006

Fundamental

sexta-feira, julho 21, 2006

Pau que dá em Chico...

...dá em Francisco, e entre amigos - "nada como a igualdade".

Como segui o conselho de Hugo Mendes e mandei meus posts pra vala depois de 12 horas, foi o do sr. Thiago Mattos também.

In the other news, ontem foi Dia Internacional da Amizade - e não podemos negar em hipótese alguma o fato de que esta data diz respeito a nós.

Feliz Dia do Amigo também, Thiago. E pra você, Gudão.

Bjunda.

terça-feira, julho 18, 2006

Questao Musical



-E aí, cara? Fechou Ivete, Domingo? Já ta no 3º lote, tem que comprar logo.
Depois de recorrentes perguntas sobre meu interesse em ir a diversas micaretas que vinham acontecendo, embora eu nunca tenha ido a uma dessas e demonstrado qualquer interesse, peguei-me a questionar se esse agrupamento de jovens com camisetas coloridas e iguais, para beijos gratuitos ao embalo de música baiana, seria uma grande ?virose? do tipo:- se você ainda não pegou, vai pegar ou algo do gênero.
Respondendo a pergunta a cima, disse ao colega de faculdade.
-Não cara, não vou não, na verdade não tenho a mínima vontade de ir nesse lance.
E ele argumentou dizendo das inúmeras pessoas que poderiam ser beijadas, do pula pula, a corda do siri ou do caranguejo e do fantástico trio elétrico em movimento, das lindas músicas de bola de sabão e que levantam a poeira.
Já não de hoje que, navegando distraído na internet, vejo muitos sites, flogs, fotologs mostrando imagens de pessoas em inúmeras festas desse tipo, todos lindinhos, ?iguaizinhos? sorridentes, felizes e beijoqueiros.
Com certeza você conhece alguém que já foi a uma dessas, um vizinho, colega, tio, filho da amiga, está se igualando ao desemprego, a gente está à beira disso, sempre conhece alguém que foi ou que vai.
Lembro-me da época que esse tipo de manifestação era restrito ao carnaval baiano, dos famosos trios do pelourinho e farol da barra, onde creio, seria válido, dentro do contexto ?festa da carne? toda essa gratuidade de ?pegação?, zoação,liberdade,bebedeira (teoricamente) exclusivos desse período.
Mas a coisa se expandiu, veio para diversos, senão todos, os estados do Brasil, em todos os cantos, todo final de semana, não importa em qual época do ano, lá está a massa reunida novamente, sem cansar, pulando novamente, sobrepondo até mesmo as festas regionais, de quadrilhas a exposições agropecuárias e rodeios.
De janeiro a janeiro esse tipo de evento acontece com suas repetitivas bandas para no final a galera contabilizar as cantadas, as bocas beijadas, fazendo o balanço desse pseudo-investimento.
Aaahhh, sim, sem não contar no valor pago, ou investido?Bom..., Quanto antes comprar melhor, começando por míseros 30 reais que aumentam gradativamente, na hora então? Parece final de campeonato brasileiro, cambistas fazem a festa para lhe vender essa camiseta-ingresso, que depois vira camiseta mesmo, enfim, tem que mostrar que foi, conferiu e zoou, e não perderia um show desses (embora no mês seguinte o mesmo grupo se apresente, ate mais próximo de sua residência), e o que adianta viver sem divulgar que viveu?
Estava pensando, até em contrapartida a esses chatos convites, fazer um ?abadá? com um misto de imagens dessas bandas, num efeito onde elas fossem uma só, e uma singela frase, assim como do Rock in Rio: ?? MICARETAS, eu não fui?? - e nem quero ir, pois diferente da galera ?eclética?, eu gosto de algumas coisas e não gosto, definitivamente, de outras tantas.
Falar em Rock in Rio, um evento desses por ano seria de bom tom a nós, ?os que nunca foram a micaretas?.

terça-feira, julho 11, 2006

A Ilha

Texto de João Sayad, para a Folha. Auto-explicativo.

"ERA UMA VEZ uma ilha onde viviam cem pessoas -32 crianças, 32 trabalhadores e 32 aposentados. Mais três economistas: um vermelho, um verde e um branco. E um presidente que era sempre reeleito.
Catavam cocos que vendiam a um dólar cada. O PIB era de US$ 100 por ano e de um dólar por habitante. O salário dos adultos era de US$ 3,13 por ano. Gastavam um dólar com a educação da criançada; outro dólar para pagar os velhos e o terceiro para comprar cocos. Os treze centavos que sobravam iam para os economistas e o presidente.
A Ilha, apesar de ilha, foi globalizada. Tem um Mc Donald's e a molecada usa Nike. Investiram em máquinas de catar coco. A produtividade dobrou: o PIB passou para 200 cocos por ano. O mercado de cocos só absorvia 175 cocos. Quatro adultos perderam o emprego.
A saúde melhorou e os velhos vivem mais. Passaram a ser 36 velhos, 24 adultos empregados e quatro desempregados. A ilha virou um paraíso com câmbio flutuante, metas de inflação e dois problemas: desemprego e déficit da Previdência. O economista vermelho disse que o problema vinha da distribuição de renda. Propôs um imposto sobre as máquinas para financiar a aposentadoria dos quatro velhos e o seguro-desemprego dos quatro desempregados. Impossível: com o imposto, os empresários levariam as máquinas embora.
O economista verde propôs que todos trabalhassem menos para que os velhos e os desempregados pudessem trabalhar. Virou assunto de piada. O economista branco propôs produzir cocada para criar mais empregos. O verde foi contra porque o doce provocaria cáries e poluição.
Um economista de outra ilha disse que o problema macro -desemprego- tinha origem micro -o déficit da Previdência. Corrigido o déficit, acabaria o desemprego. Que os velhos se aposentassem mais tarde e os empregados pagassem mais para a Previdência. Todas as ilhas do mundo queriam fazer a mesma coisa. E não faziam. O presidente se convenceu e implementou a reforma.
O desemprego aumentou, com oito desempregados a mais: quatro aposentados obrigados a voltar ao trabalho, mais quatro que foram demitidos, pois as contribuições de previdência maiores diminuíram os salários e a demanda de cocos. A Previdência não tem mais déficit.
A seleção da Ilha tinha onze craques, onze campeões do ponto de vista micro. O conjunto macro era um time de pernas de pau. Perderam a Copa da Micronésia. Moral da história: é melhor resolver a macro antes da micro. Com o efeito estufa, a Ilha foi coberta pelo mar e não existe mais."

segunda-feira, julho 03, 2006

Pensar na praia...

03/07/06

Sentado nas pedras sentia o vento frio cortando a face que de olhos vidrados observava o revolto mar naquela tarde de julho, areia molhada da fraca chuva que caia, pegadas do cão que brincava com a bolinha de tênis que seu dono tivera deixado com esse antes de adentrar o mar gelado e vazio com sua velha prancha de surf.
E eu ali pasmado quando o sol fugiu dentre as nuvens e deu-se a sorrir para o dia, tímido, pouco chegava a aquecer, mas fazia maravilhas na paisagem que meus olhos ganhavam.
Deixava o pensamento flertar com tudo que via e sentia, as inquietações do meu ser, meus questionamentos, a começar pela imensidão dessa água que no fundo desse ?quadro vivo? se junta ao céu no horizonte. Essas engraçadas gaivotas mergulhando, esses peixes se debatendo ainda dentro dos bicos delas, parece que dançam no ar a girar, brincam de comer,e bonito o lento voar contra o vento ,parece um descanso, um dormir ao vento,que inveja desses branco com asas a cortar o céu.
E esse céu que sonha de desenhar em nuvens, tema de tantas musicas e poesias, que monta e desmonta figuras, formas, rostos, situações ,tudo que abre, que vira rio em pleno céu, quando o azul corta e faz caminho desse,depois volta tudo sem forma, e se forma de novo um novo rosto, um novo molde,como qual acontece comigo,com que sinto, com que me faz labirinto.

O morro verde do meu lado direito, com trilha traçada para o outro lado, de praia nova de adão e Eva, nua como qual chegamos ao mundo, me fomenta conhecer o não ter vergonha, corpos nus a banhar-se em água e sal, ou a tomarem cor no sol, embora tão frio esteja nessa época do ano, chegara à hora de conhecer.

Planos, palavras, gestos e olhos para alem do que penso, sentidos finalmente equilibrados, qual os olhos que se fascinam, o rosto que sente a delicia da natureza, o cheiro de vida brotado dentre as pedras vindo do mar, o gosto do novo sentido, do novo planejar, restaurar as energias para continuar a caminhar,recuperar os sentidos e prosseguir,viver como quem não morre, mas sabe de sua existência.




Hugo Mendes Guimarães