segunda-feira, setembro 11, 2006

Declínio - Parte 1/x

Uma vez que toda a rataiada parece envolvida o suficiente com o advento provocado pelo filme O Declínio do Império Americano, agora já podemos começar a postar a respeito. Certo, Hugo?
Minha primeira observação cai nos primeiros 30 segundos de filme e se estende até o fim de Invasões Bárbaras: Rèmy vale a pena?
Suas colocações a respeito da necessidade da mentira e da importância dos relacionamentos amorosos no universo masculino não são nada descabidos. São divertidos, e definitivamente fazem dele uma espécide de (anti-)herói.
Por outro lado, Rèmy inicia o Declínio dizendo que o que há de mais importante na História é o número e que concepções como compaixão e justiça são alheios a ela.
Será que Rèmy se refere à interpretação da História, ou à sua própria vivência?
Se ele acreditava (como grande parte dos profissionais ligados àquela ciência) que a História deveria ser tratada tal como se apresentava e que em seu estudo o subjetivo não deveria borrar a visão do historiador, excelente!
Mas se Rèmy (e, por conseguinte, o próprio filme) propõe que cada um de nós deve possuir um "Manual do Tirano" e se dedicar à construção de uma História sem lugar para a justiça e a compaixão, então toda a obra se converte em mero tratado da auto-indulgência. Nessa situação Rèmy seria uma personalidade no estido "ladrão de galinhas", tentando covardemente ensinar a seus alunos algo que pudesse usar como argumento favorável durante algum exame de consciência.

Eu acredito que Rèmy valia a pena e que a colocação se referia unicamente à ciência. Alguém?