sexta-feira, maio 04, 2007

NA PISTA PRA NEGOCIO?

NA PISTA PRA NEGOCIO?
Não. Nem na pista e muito menos “pra negocio”. No atual mundo consumista, desse do consumo imediato das coisas e das pessoas, essa frase cabe bem, ate em se tratando, mesmo, do ser humano, como um “produto”, cabível de “negocio” e “pista” se referindo a estar “solto”, “largado” ou de fácil acesso.
Ora se estar namorando ou casado se referisse, a estar “preso”,”castrado”,”guardado” ou inacessível.Esse entendimento ,no que cerne exatamente o estado civil da pessoa, sempre me chamou a atenção, e principalmente o modo como as pessoas se referiam e se referem a ele. Como o já citado acima “To na pista pra negocio” ou o “Estou agarrado”, estou “enrolado”, estou “pegando”, estou “mordendo”, que de longe, não fazia alusão nenhuma a um automóvel, cola, carretel de linha, um objeto ou um pedaço de carne, no caso, necessariamente nessa mesma ordem.
O estar casado ou solteiro ganhou o linguajar bem século 21, atual, o namorando ganhou uma cara diferente e daí saiu um novo modo, o “free” da coisa. Nem casar, nem namorar, apenas “ficar”.
Escutava minha avó dizer que, no seu tempo, ou você era solteiro, namorado ou casado. Caso se relacionasse estava, automaticamente, namorando, daí noivo e consequentemente casado! Não existia, então, esse meio termo, dizia ela, se referindo ate mesmo a bíblia, e não me engano a carta de laudicéia. “Seja quente, ou seja, frio, não seja morno que eu te vomito”. Achava mesmo engraçado quando ela dizia isso com orgulho dos costumes de sua época e sobre tudo sobre o sonho da mulher em se casar.
De qualquer forma penso que o estado civil da pessoa nada tem haver com a sua disponibilidade de se relacionar com outros, no aspecto social, sair com amigos para um bate papo descontraído, beber, dançar, enfim, se divertir de outros modos. Não somente com a pessoa amada, tendo em vista, obvio, o tempo que isso também tomara, mas nada que invalidasse uma coisa ou outra.
Por conta disso, penso que, estar namorando não significa estar “amarrado” e estar Solteiro, estar “solto”, ate mesmo na atual sociedade que vivemos. Essa mesmo que estabeleceu o “ficar”, reprime a mulher que escolhe ser “solta”, ora por rotulá-la como fácil demais ou safada, caso tenha muitos companheiros, ora chamando-a de “encalhada” por não ter de menos ou não ter nenhum. Já o homem “amarrado” é “careta”, bobo ou “esta mortinho”, e o “solto” é o garanhão, o bonzão, o “pegador” ou ate mesmo se enquadra no “bonde dos carecas”, sabe? Aqueles que comem...
E continuemos a viver nesse doce paradoxo de relacionamento, mulheres a beira do “cachorra” e “gatinha” e homens na corda banda do “pegador” ou do “bocó”, nesse doce “por se pegar”, nesse contraditório sentido do que se quer, e do que se pode dar.
Nessa incansável busca de se encontrar no outro aquilo que se torna inalcançável quando se consegue encontrar.

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