segunda-feira, julho 03, 2006

Pensar na praia...

03/07/06

Sentado nas pedras sentia o vento frio cortando a face que de olhos vidrados observava o revolto mar naquela tarde de julho, areia molhada da fraca chuva que caia, pegadas do cão que brincava com a bolinha de tênis que seu dono tivera deixado com esse antes de adentrar o mar gelado e vazio com sua velha prancha de surf.
E eu ali pasmado quando o sol fugiu dentre as nuvens e deu-se a sorrir para o dia, tímido, pouco chegava a aquecer, mas fazia maravilhas na paisagem que meus olhos ganhavam.
Deixava o pensamento flertar com tudo que via e sentia, as inquietações do meu ser, meus questionamentos, a começar pela imensidão dessa água que no fundo desse ?quadro vivo? se junta ao céu no horizonte. Essas engraçadas gaivotas mergulhando, esses peixes se debatendo ainda dentro dos bicos delas, parece que dançam no ar a girar, brincam de comer,e bonito o lento voar contra o vento ,parece um descanso, um dormir ao vento,que inveja desses branco com asas a cortar o céu.
E esse céu que sonha de desenhar em nuvens, tema de tantas musicas e poesias, que monta e desmonta figuras, formas, rostos, situações ,tudo que abre, que vira rio em pleno céu, quando o azul corta e faz caminho desse,depois volta tudo sem forma, e se forma de novo um novo rosto, um novo molde,como qual acontece comigo,com que sinto, com que me faz labirinto.

O morro verde do meu lado direito, com trilha traçada para o outro lado, de praia nova de adão e Eva, nua como qual chegamos ao mundo, me fomenta conhecer o não ter vergonha, corpos nus a banhar-se em água e sal, ou a tomarem cor no sol, embora tão frio esteja nessa época do ano, chegara à hora de conhecer.

Planos, palavras, gestos e olhos para alem do que penso, sentidos finalmente equilibrados, qual os olhos que se fascinam, o rosto que sente a delicia da natureza, o cheiro de vida brotado dentre as pedras vindo do mar, o gosto do novo sentido, do novo planejar, restaurar as energias para continuar a caminhar,recuperar os sentidos e prosseguir,viver como quem não morre, mas sabe de sua existência.




Hugo Mendes Guimarães

1 Comentários:

Anonymous Anônimo said...

Queria saber se nesta estória tem mais alguém com você.

Realmente, eu acho que você é um grande poeta, parceiro. Não percas tu a facilidade de se encantar com as coisas simples. Não é disso que a poesia se trata?

qui. jul. 06, 12:26:00 PM  

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